Na análise do desempenho das vendas do comércio varejista no Pará, verifica-se que em julho de 2016 houve decréscimo de -15,3% no volume de vendas global (contabilizando o resultado final de todos os ramos de atividade) na comparação com o volume de vendas do ano anterior. Em 2015 também houve redução nas vendas de -1,8% em relação a julho de 2014 (PMC/IBGE).

Para julho deste ano, ainda não estão disponíveis resultados das pesquisas sobre vendas, porém, indicadores macroeconômicos e a Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF – CNC/Fecomércio-PA) sinalizam para possível redução no volume de vendas em julho de 2017 em relação a julho de 2016.

Esta tendência de redução no consumo demonstrada pelos resultados da Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias realizada em junho, a qual registrou uma variação negativa de -4% significa que os consumidores entrevistados informaram que pretendem comprar menos nos próximos meses do que estavam comprando no segundo semestre do ano passado.

Os resultados da PMC (IBGE), analisados pela Fecomércio-PA, para o período de janeiro a maio de 2017 já evidenciou um ano de dificuldades para as vendas. Nos primeiros cinco meses do ano, as vendas do comércio varejista paraense registraram decréscimos de -6,7% e a receita nominal de vendas foi menor em -5%, quando comparadas com o mesmo período de 2016, seguindo uma trajetória de queda nas vendas verificadas desde 2015 e 2016, quando o setor encerrou os anos em referência com reduções de -4,9 e -13,1%.

As projeções de decréscimos para as vendas no mês de julho são aferidas, também, pelas análises dos impactos decorrentes de uma política econômica equivocada no País e agravada pela crise política, as quais tem gerado um clima de incerteza e desconfiança dos setores produtivos com relação ao futuro do País e insegurança por parte dos consumidores. Além de fechamento de estabelecimentos comerciais, redução de postos de trabalho, queda na renda e consequentemente na massa salarial das famílias e da situação de endividamento e inadimplência elevada em que se encontram os consumidores. Diante desse cenário as famílias estão planejando as comparas com mais cautela, restringindo suas compras, substituindo produtos e decidindo contrair menos dívidas.

Com o momento atual de férias e veraneio amazônico, é possível que os estabelecimentos que comercializam artigos de veraneio em geral como vestuário, óculos, chapéus, protetores solar e serviços de alimentação, lanches e bebidas, diversão e lazer, obtenham crescimento nas vendas no mês de julho de 2017.

Também colaboram para esta possibilidade de expansão das vendas de produtos e serviços relacionados ao veraneio, as promoções reais que se observam no comércio, com descontos e promoções vantajosas para os consumidores oferecidas pelos comerciantes como estratégias para conquistar parcela importante da demanda e recuperar as vendas. Além de brincadeiras, jogos e atrações diversas direcionadas a “encantar” a clientela e “atrair” crianças, jovens e adultos para os shoppings de Belém.

Lúcia Cristina Lisboa / Assessoria Econômica Fecomércio-PA