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CBCSI analisa o cenário econômico e político do País

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CBCSI analisa o cenário econômico e político do País

09/03/2016 11:04:48

A Câmara Brasileira de Comércio e Serviços Imobiliários (CBCSI) reuniu-se pela primeira vez no ano de 2016, em Brasília, no dia 2 de março, para retomada dos trabalhos, em prol do empresariado do setor de imóveis.

“Essa reunião objetiva mostrar as visões, tendências e expectativas para o desenvolvimento do mercado de serviços imobiliários no ano de 2016, comparado aos dados do ano de 2015”, disse o coordenador da câmara, Pedro Wähmann, presidente do Secovi-Rio.

Darci Piana, presidente da Fecomércio-PR e vice-presidente da CNC, realizou a abertura dos trabalhos, lembrando o apoio da CNC, ao pontuar os objetivos da entidade em reformular o trabalho lado a lado com as câmaras do comércio. “Nossa preocupação de responder aos nossos empresários e fazer com que esses serviços desenvolvidos por todas as câmaras sejam divulgados e levados a todos os empresários do País em todos os estados. Estamos aqui defendendo os interesses dos grandes, médios e pequenos”.

Os tópicos de discussão giraram em torno dos índices nacionais de preço de locação e de compra e venda; questões que dizem respeito aos condomínios; e considerações sobre o cenário político no Brasil.

Mas, levando em conta o recesso legislativo entre a última e a atual reunião da CBCSI, além da crise econômica enfrentada pelo País e refletida em toda a sociedade, inclusive o setor produtivo, a pauta em destaque foi liderada pelo economista da CNC, Fabio Bentes.

Análise econômica

Diante do atual quadro de crise econômica enfrentada pelo país e que tem atingido diretamente o setor de comércio e serviços, e em 2015 fortemente afetou o setor imobiliário, a CBCSI convidou o economista da Divisão Econômica da CNC, para comentar as tendências de reação do mercado neste ano e as possíveis dificuldades a serem enfrentadas ao longo do ano.

O economista apresentou um trabalho com enfoque no que pode se esperar do mercado econômico para o comércio em 2016, lembrando as heranças da crise de 2015. “Todos sabemos que foi um ano complicado e extremamente negativo. A minha preocupação e intenção foi tentar traçar o impacto da crise de 2015 no comércio. E esse impacto negativo no setor produtivo como um todo naturalmente deixa heranças negativas para 2016, dentre as quais: a inflação, a crise de confiança e a crise no mercado de trabalho”.

No primeiro momento o economista retratou a correlação entre o mercado de trabalho e a atividade econômica ao longo do tempo. Segundo Fabio Bentes, um ano tão negativo causa um impacto adverso no mercado de trabalho, e do ponto de vista do comércio não há qualquer possibilidade de estabilidade do comércio brasileiro sem que haja uma recuperação nesse mercado.

Ele explicou, que ao contrário de outros países em que as pessoas têm ativos, como poupança, por exemplo, para enfrentar crises como essa, no Brasil o consumo é todo lastreado na renda do mercado de trabalho. “Se a expectativa para 2016 é de uma queda de 3,3%, naturalmente projetamos uma queda no mercado de trabalho de 2,5%. Um cenário de retração bastante significativo para 2016”.

Bentes demonstrou dados do IBGE que levam a creditar que o varejo caminha para o terceiro ano de queda de atividade do comércio em suas vendas. Destacou o alto número de estabelecimentos comerciais fechados em 2015. “Foram registrados 95 mil estabelecimento com vínculos empregatícios a menos. São -13,4 % em 2015 (numa análise de 2005 a 2015 )”.

E afirmou: “não há recuperação imediata para a atividade econômica”, mas destacou ingredientes fundamentais para a reativação da economia, como: confiança – principalmente para materialização de investimentos; e inflação (que teve esse ano um IPCA de 10,6%, o maior desde 2003). “O que me preocupa é o impacto que essa inflação tão elevada provocou sobre quase todos os preços da economia”.

Fabio concluiu as expectativas de 2016 em torno de um elevado corte nos empregos do varejo (-245.491) e uma pequena melhora no faturamento real (fechando em -7,8%), em comparação com 2015 (-8,6%). “Em suma, os fatores condicionantes do consumo e dos investimentos permanecerão elevados, assim como a inflação de custos. O ajuste virá da deterioração do mercado e da queda da atividade”.

Indicadores Imobiliários

O coordenador dos indicadores imobiliários Luiz Nardelli apresentou indicadores do mercado imobiliário de locação e venda.

O trabalho é composto dados regionais de 16 estados (AL, AM, BA, SP, SC, PA, RN, MG, PR, RS, GO, MS, RJ, PE, MA, SE) e 19 cidade, quatro delas em Santa Catarina.

Traz informações sobre o número de ofertas, de acordo com o tipo de imóvel (residencial, com número de cômodos ou comercial), em cada cidade, e até mesmo por bairro.

Os indicadores analisados são: locação (com variação do metro quadrado; e do número de ofertas); compra e venda (também com variação do metro quadrado; e do número de ofertas); e rentabilidade mensal e acumulada.

Segundo Nardelli, neste a locação será o foco mais rentável, “É muito melhor hoje alugar do que comprar. E isso torna alta a procura por imóveis para esse fim. Numa perspectiva positiva, o nosso mercado já pode enxergar os primeiros sinais de que está saindo do poço”.

Locação

O coordenador de locação, Leandro Ibagy, afirma que alguns motivos da retração no mercado de locação não residencial estão ligados à recessão de crédito e ao aumento da inadimplência.

Ibagy afirma que – em uma visão de médio prazo–, a locação residencial está em processo de aceleração; o estoque de imóveis está estruturado para atender a demanda; e os valores locatícios devem acompanhar o fluxo inflacionário.

Para ele, além da adoção de políticas de estímulo à locação, da maior e melhor exposição dos imóveis, do investimento em tecnologia e de processos mais transparentes, o constante diálogo com o cliente é a chave para atravessar esse período de dificuldades.

Administração de condomínios

Moacyr Schuckster, coordenador de condomínios, pontuou os maiores problemas na administração de condomínios. Entre eles: o descompasso entre os preços cobrados e os serviços exigidos; a tendência do aumento da inadimplência; a incapacidade de lidar com conflitos; a incapacidade de fidelização; ações de empregados e de condôminos contra o condomínio e a empresa; e o desprezo à ética.

“Dentre as maiores preocupações destacamos o aumento da inadimplência, que resulta em, por exemplo, diminuição de empresas no mercado”, afirmou Moacyr.

Fonte: CNC

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