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Dívidas sufocam sete em cada dez consumidores no Pará

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Dívidas sufocam sete em cada dez consumidores no Pará

07/03/2016 11:01:29

Nem mesmo a redução de gastos e o conservadorismo dos consumidores paraenses foram suficientes para amenizar os efeitos da crise no orçamento das famílias. De acordo com dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a proporção de consumidores endividados no Estado no último mês foi de 75,4% - o maior patamar já visto no mês de fevereiro no Pará desde o início da série histórica, em 2010. 

A pesquisa traz ainda que a crise econômica, que já assolava a população mais pobre do Estado, atingiu em cheio a parcela de consumidores com maior rendimento. Segundo a CNC, 4 em cada 5 famílias paraenses (86,2% do total) com renda acima de 10 salários mínimos estão com a corda no pescoço. Já a proporção entre as que contam com até 10 salários mínimos a margem é de 74,3%.

Segundo a economista da CNC, Marianne Hanson, as famílias de menor poder aquisitivo sempre apresentaram indicadores piores, no entanto o aumento das dívidas a longo prazo, comum entre as famílias de maior renda, por terem mais acesso aos serviços bancários, podem explicar essa inversão.

“Para entender o nível de endividamento é importante analisar os tipos de dívidas da população. O cartão de crédito é sempre o principal tipo de dívida citado pela maioria dos entrevistados. Em seguida, aparece algo que gente só vê nos Estados nortistas, uma grande participação dos carnês em relação as dívidas totais. Ou seja, isso não mudou, as famílias com renda mais baixa do Estado estão endividadas em modalidades para financiar o consumo a curto prazo, como o cartão de crédito, o carnê e etc. Em compensação, apesar de mostrarem uma baixa representatividade nas dívidas totais, os parcelamentos de longo prazo aumentaram expressivamente entre as famílias de renda maior, que tem mais facilidade de acesso a empréstimos e financiamentos”, avalia a economista.

“Eu diria que esse aumento observado no Estado chega a ser maior do que a média nacional. Por exemplo, enquanto a gente já vê em fevereiro, um recuo do financiamento de carro no País, em relação ao ano passado, no Pará ele responde atualmente por quase 40% das dívidas das famílias com renda maior. O financiamento de casa também é alto entre essas famílias, aliás ele apresentou o maior crescimento nos últimos anos”, completa.

De acordo com a pesquisa, 74,3% dos endividados no Estado tem problema com cartão de crédito. Na análise por grupos de renda, elas representam 81,3% das dívidas de quem recebe acima de dez salários mínimos e 73,6% de quem está abaixo desse rendimento mensal. Os carnês, que são concedidos direto pelas lojas, surgem em segundo lugar, com margem de 24,1% dos tipos de dívidas no Estado, com registro maior entre as famílias mais pobres (24,4%).

Na sequência surgem as dívidas citadas pela economista da CNC, com protagonismo dos consumidores com maior poder aquisitivo. O crédito pessoal representa 16,6% dos tipos de dívida do Estado, alcançando a marca de 28% entre os mais endinheirados. Já os financiamentos de carro (8,5%) e casa (5,2) têm baixa representatividade no total das dívidas, mas alcançam percentuais de 38,7% e de 21,3%, respectivamente, entre os mais endinheirados do Estado.

Fonte: ORM News

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