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Pesquisa da Fecomércio Pará aponta crescimento do endividamento entre os consumidores paraenses

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Pesquisa da Fecomércio Pará aponta crescimento do endividamento entre os consumidores paraenses

19/08/2019 10:12:11

Ao longo do ano, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic - Fecomércio PA/CNC) tem registrado evolução na taxa de endividados. Em janeiro de 2019 a taxa era de 52,6%; em julho de 2019 alcançou 55,6%. Por outro lado, houve redução no percentual dos que estavam inadimplentes (de 27,4% em janeiro, para 19,5% no mês em referência) e também dos que no momento da pesquisa, informaram que não possuíam condições de quitar a dívida no mês seguinte (14,9% em janeiro de 2019 e 12,4% em julho de 2019). No último mês, 27% afirmaram que pagariam parcialmente as dívidas em atraso.

Na análise por faixa de renda, os que detém rendimentos acima de 10 salários mínimos possuem uma taxa de endividamento maior (77,3%) do que os que possuem rendimentos abaixo de 10 salários mínimos (53,3%), além da inadimplência, que também é superior para os consumidores nessa faixa de renda. Isso se deve, em parte, a maior facilidade de crédito e renegociação de dívidas por parte das famílias com rendimentos mais elevados.

Observou-se que a parcela da renda comprometida com dívidas é de 22,4%, ou seja, os consumidores terão que destinar 22,4% de seus orçamentos para pagamento das dívidas efetuadas anteriormente, por 4 meses e meio, em  média. Todavia, esse percentual é menor do que haviam comprometido em janeiro de 2019 (28,2%) e está dentro do limite considerado prudencial para possibilitar novas compras, que é de 30%.

Dos 55,6% que estão endividados, os principais tipos de dívidas são principalmente com cartão de crédito (88,1%), crédito pessoal (8%), carnês (6,8%), crédito consignado (6%) e cheque especial (4,1%).

Apesar dos juros situarem-se em um nível um pouco abaixo do que em 2018 - além da redução da taxa de juros Selic que está em 6% - não tem havido grande impacto sobre as taxas de juros ao consumidor. O próprio nível de endividamento, o  risco da inadimplência, custos administrativos, tributos, taxas e impostos influenciam nesta taxa de juros, que em junho apresentou taxa média de 118% ao ano, mas com patamares bem mais elevados que chegam a 300% ao ano.

A lentidão da economia e o alto número de desempregados comprometem o orçamento das famílias e consequentemente o endividamento e a adimplência dos consumidores, com reflexos sobre o volume de vendas do comércio varejista ampliado, que de janeiro a julho, só cresceram 4,7% (PMC-IBGE).  É um desempenho positivo, porém, inferior às expectativas que haviam no início de 2019.

Texto: Lúcia Cristina Lisboa / Assessoria Econômica Fecomércio PA

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