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Mês de junho apresenta aumento na taxa de endividados no Pará

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Mês de junho apresenta aumento na taxa de endividados no Pará

02/08/2019 14:41:58

Segundo estudos da Fecomércio Pará, realizadas em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), com base na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) o endividamento registrou no mês de junho de 2019, um percentual de 53,4%, uma elevação de 3 pontos percentuais em relação ao mês anterior, tendo em vista que em maio de 2019 a taxa de endividados no Pará era de 50,04%. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o nível de endividamento foi quase no mesmo patamar, já que no mês de junho de 2018 a taxa foi de 53,5%.

A taxa de endividamento de junho de 2019 (53,4%) ficou abaixo da média nacional (64%) e também a inadimplência, sendo 19% a taxa de contas atrasadas local e 23,6% a taxa nacional.  Por outro lado, a taxa dos que indicaram não possuir condições de quitar as parcelas atrasadas em 30 dias, foi significativamente superior à média nacional: 12,2% contra 9,5%.

O percentual de inadimplentes (que representam os endividados que possuíam contas em atraso) apresentou redução de quase 1,02 pontos percentuais (de 20,02% em maio para 19% em junho). Na comparação anual, também houve um decréscimo significativo em relação aos que possuíam contas em atraso. Em junho de 2018 os inadimplentes representavam 45,8%; em junho 2019 a taxa foi de 19%.

Quando comparamos as taxas de endividamento em junho de 2019 com relação ao mês de maio 2019, esse crescimento de 3,3 pontos percentuais no total de endividados (50,04% em maio de 2019 para 53,4% em junho de 19), é reflexo, em parte, do aumento nas compras realizadas em maio, mês sazonal no qual tradicionalmente há aumento na demanda por ocasião do Dia das Mães, mas sobretudo as parceladas, que devem ter ocorrido em maio e que incidem sobre a taxa de endividamento de junho. Também foi observado que em maio de 2019, dos consumidores com rendimentos acima de 10 Salários Mínimos, por exemplo, 86% das dívidas foram contraídas por meio do uso do cartão de crédito; em junho subiram para 92,9%, ou seja, o crescimento das dívidas contraídas em decorrência de compras parceladas explica parte do aumento do endividamento.

Na análise por faixa de renda, constatou-se que as famílias com renda acima de 10 Salários Mínimos, encontravam-se mais endividadas do que as com renda abaixo desse patamar (79,5% acima de 10 Salários Mínimos e 50,06% até 10 Salários Mínimos), fato que está relacionado com maior facilidade para obter crédito, já que este indicador - taxa de endividamento -, reflete as dívidas contraídas em função de compras ou financiamentos, empréstimos efetuados por meio de parcelamento e outros.

A taxa de endividamento de 53,4% em junho de 2019 foi a maior registrada no Pará desde o mês de dezembro de 2018, quando a taxa ficou em 54,01%. O crescimento do volume de vendas tem correlação com o nível de endividamento, visto que a modalidade mais utilizada é compra parcelada. No período de janeiro a maio deste ano, as vendas registraram um incremento de 4,7% (PMC-IBGE- Varejo Ampliado).

Entretanto, apesar do aumento nas compras de janeiro a maio, estas estão aquém do volume desejado. Como pode ser verificado na Pesquisa de Intenção de Compras do Consumidor (ICF - Fecomércio/CNC), a qual demonstra um índice de nível de consumo atual de 74,6 pontos, o que caracteriza insatisfação dos consumidores quanto ao quantitativo que desejariam comprar (na metodologia da ICF, o índice varia de 0 a 200 pontos, abaixo de 100 pontos considerado índice que expressa insatisfação e acima de 100 satisfação, sendo 200 pontos, o máximo a ser alcançado).

Diversos fatores contribuem para esse volume de consumo inferior ao satisfatório por parte dos consumidores, como o nível de desemprego (o saldo entre admitidos e desligados no Pará,  no período de janeiro a junho de 2019 foi negativo em -2.885 - Caged), o baixo poder aquisitivo da população, juros ainda elevados e a insegurança e incerteza quanto as medidas de política econômica, a manutenção dos empregos e da renda atual, além do próprio nível de endividamento que já se encontra elevado, visto que são 53,4% das famílias paraenses que estão endividadas, destas 19% inadimplentes; 12.2% que informaram não ter condições de colocar as dívidas em dia no próximo mês, as quais estão em média 76 dias atrasadas. Além disso, ainda possuem parcelas a vencer por pelo menos 5 meses a frente e com 22,3% dos orçamentos das famílias comprometidos com pagamento dessas parcelas mensais. Fato positivo é que o comprometimento da renda ainda está dentro do limite prudencial.

Dentre os principais tipos de dívidas, as maiores frequências são com cartão de crédito (86,9%), seguido de crédito pessoal (10,5%), carnês (7,4%) e crédito consignado (4,8%), outros tipos de dívidas não especificadas (3,2%), financiamento de carro (3%), cheque especial (2,3%), entre outros.

Artigo / Lúcia Cristina Lisboa
Assessoria Econômica Fecomércio PA

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