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Crise econômica freia expansão do transporte aéreo no Brasil, mostra estudo

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Crise econômica freia expansão do transporte aéreo no Brasil, mostra estudo

26/06/2017 10:51:20

O transporte interestadual rodoviário perdeu passageiros, enquanto o transporte aéreo ganhou viajantes nos últimos seis anos. Entre 2010 e 2016, a quantidade de passageiros rodoviários nas rotas interestaduais recuou 27,1%, de 59 milhões para 43 milhões de pessoas. Paralelamente, o número de passageiros que usaram o transporte aéreo cresceu 25,8%, passando de 66 milhões em 2010 para 83 milhões em 2016.

No entanto, a tendência é de reversão, segundo dados do Anuário Estatístico de Transportes , elaborado pela Empresa de Planejamento e Logística (EPL) junto ao Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil.

O anuário aponta para a expansão do uso do transporte aéreo no período não só para as rotas nacionais. O número de passageiros transportados em voos internacionais subiu de 15,4 milhões para 20,8 milhões no período analisado, um incremento de 34,1%.

A quantidade de voos internacionais disponíveis também aumentou entre 2010 e 2016, passando de 117,5 mil para 134,3 mil. Já a quantidade de voos domésticos caiu, apesar do aumento da quantidade de passageiros. Eram 844,7 mil rotas em 2010 e passaram a 827,8 mil em 2016, ou seja, uma redução de 2%.

Reversão

O levantamento traz outros dados que sinalizam um arrefecimento da demanda pelo transporte aéreo. A taxa de ocupação de voos domésticos cresceu 12 pontos percentuais entre 2010 e 2014, passando de 68% para 80%. Nos últimos três anos, no entanto, permaneceu estável nesse patamar. Já a ocupação dos voos internacionais subiu de forma menos intensa e registrou algumas quedas no período de 2010 a 2016. No ano passado, estava em 84%.

A quantidade de aeronaves registradas no Brasil também caiu recentemente. Houve alta de 4,7% nos registros entre 2010 e 2016, mas recuo de 9,1% entre 2015 e 2016.

“O setor aéreo passa por um momento de reestruturação. A diminuição da frota de aeronaves registradas é consequência da recessão econômica, que esfriou a demanda por passagens aéreas e reverteu a trajetória de crescimento do setor. A aviação viveu um momento de ascensão da oferta entre 2003 e 2012. A partir de 2013, começaram a aparecer sinais de que esse ciclo tinha se esgotado”, afirma o presidente da EPL, José Carlos Medaglia Filho.

O presidente do Instituto de Segurança do Trânsito (IST), David Duarte, também credita a queda no transporte rodoviário e expansão do transporte aéreo a reflexos do período pré-crise econômica. “O que aconteceu com as viagens aéreas é que, considerando o período todo, houve um incremento, as pessoas utilizando o transporte aéreo para as viagens mais longas. Mas, mais recentemente, essas viagens diminuíram”, ressalta.

Tipos de veículos

O anuário revela também que o carro segue sendo o veículo mais presente nas vias do Brasil. Em 2016 havia 51,3 milhões de unidades circulando, o equivalente a 56,2% da frota terrestre do País. Por outro lado, as motocicletas, apesar de ocuparem o segundo lugar na frota, com 24,9 milhões de unidades –  27,9% do total – cresceram mais que os automóveis. Enquanto a frota de veículos de passeio aumentou 37,9% no período, a de motocicletas teve um incremento de 52,1% no período analisado.

O governo avalia, na pesquisa, que “o crescimento da frota desde 2010 foi impulsionado por políticas de incentivo à indústria automobilística, com a concessão de crédito e isenções tributárias”.

Segundo o documento, observa-se um movimento de desaceleração a partir de 2014. Entre os incentivos concedidos ao setor automobilístico nos últimos anos estava a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros, que terminou em 2015.

Para David Duarte, a crise econômica impactou na aquisição de carros e nas viagens terrestres dos brasileiros. “Se a gente pegar, por exemplo, nas rodovias com pedágio, a quantidade de veículos que passam por ali reduziu sensivelmente” afirma.

Segundo o Anuário Estatístico do Transporte, além de carros e motocicletas, em 2016 a frota terrestre do País era composta por utilitários (11,7%), caminhões (3,6%) e ônibus (1,1%).

Fonte: Brasil Econômico

Crédito: Agência Brasil

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