cnc
sesc
senac

Impactos do endividamento, inadimplência e confiança sobre as vendas do comércio paraense

Home / Notícias / Impactos do endividamento, inadimplência e confiança sobre as vendas do comércio paraense

Impactos do endividamento, inadimplência e confiança sobre as vendas do comércio paraense

22/03/2017 09:51:43

Estudo realizado pela assessoria econômica da Fecomércio-PA, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), apresentou queda no endividamento dos consumidores nos meses de janeiro e fevereiro de 2017, em comparação com o mesmo período de 2016. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) em janeiro do ano passado 75,3% dos consumidores estavam endividados, enquanto no mesmo período de 2017 esse número passou para 45,4%. Um dos motivos para diminuição no endividamento dos consumidores é a dificuldade para realizar novas compras, o que impactou diretamente no desempenho negativo do volume de vendas do comércio varejista paraense em 2016.

Apesar da diminuição no número de endividados, o número de inadimplentes aumentou. Dos 41,5% dos consumidores endividados em dezembro de 2016, 39% estavam inadimplentes, com parcelas atrasadas em média há 64 dias e com parcelas a vencer pelo menos por mais sete meses à frente. Segundo a assessora econômica da Fecomércio-PA, Lúcia Cristina Lisboa, esse percentual de inadimplentes reflete as dificuldades do consumidor em arcar com os pagamentos no prazo. “Esses índices refletem o quadro de recessão e elevado desemprego que marcou a economia brasileira no ano de 2016” – ressaltou a economista.

Intenção de Consumo das Famílias

Os indicadores de confiança dos consumidores em 2016 apresentaram insatisfação e insegurança quanto a sua capacidade de consumo, perspectivas profissionais e possibilidades de aumento na renda. Outro fator que impactou as vendas do comércio varejista paraense em 2016 foi a dificuldade de acesso ao crédito. De acordo com a Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), para 48,8% dos consumidores, o acesso ao crédito estava mais difícil no início do ano passado. Em dezembro de 2016 a dificuldade de acesso ao crédito foi expressada por quase 80% das famílias.

Outro ponto da pesquisa destacou que a perspectiva é que nos próximos meses a queda da taxa SELIC e o decréscimo na taxa de inflação tragam impactos mais significativos para o aumento na demanda, mas nada ainda comprovado pelas pesquisas. “O aumento no volume de vendas e na receita depende da velocidade da confiança das famílias, da recuperação do crédito, do mercado de trabalho e da confiança dos empresários, fatores que perpassam por melhoria nas medidas de política econômica a serem adotadas, no cenário político” – afirmou.

Índice de Confiança do Empresário do Comércio

Os principais resultados apresentados pela Pesquisa de Índice de Confiança do Empresário do Comércio revelam que ao longo do ano de 2016, a confiança dos empresários quanto à situação econômica do País, do setor e da própria empresa, apresentou índice insatisfatório em quase todos os meses do ano, com exceção de outubro, novembro e dezembro, cujo índice ficou levemente acima do limiar entre a satisfação e insatisfação. O fato está ligado às possíveis mudanças no cenário político e comando do País, que se refletiu em um estágio de expectativa do empresário quanto ao futuro da economia. Porém, na avaliação dos empresários, sem percepção de medidas de grande impacto e que pudessem modificar o quadro de decréscimos nas vendas, o índice de confiança voltou a registrar grau de insatisfação que perdura até fevereiro de 2017.

Outro aspecto da pesquisa destaca que, em curto prazo, ainda não se identificam fatores que indiquem a retomada sustentada e em patamares elevados do crescimento das vendas do comércio paraense. “Dado que as reformas não se concretizaram, o desemprego ainda permanece elevado, a massa salarial com baixo poder aquisitivo, o consumidor endividado, a inadimplência elevada, o crédito ainda caro e de difícil acesso e a economia ainda contaminada por problemas políticos e éticos, segue gerando dificuldades, desconfiança e cautela por parte dos agentes econômicos” – pontuou a assessora econômica.

Fonte: Fecomércio-PA/CNC

Texto: Adriano Abbade