cnc
sesc
senac

Fecomércio-PA, Fapespa e parceiros apresentam Boletim do Comércio Varejista e Serviços do Pará

Home / Notícias / Fecomércio-PA, Fapespa e parceiros apresentam Boletim do Comércio Varejista e Serviços do Pará

Fecomércio-PA, Fapespa e parceiros apresentam Boletim do Comércio Varejista e Serviços do Pará

20/03/2017 16:22:14

Empresários e lideranças do comércio varejista paraense participaram hoje (20) no Centro Cultural Sesc Boulevard, do lançamento do Boletim do Comércio Varejista e Serviços do Pará. O boletim é uma parceira entre Fecomércio-PA, Fapespa, Sindilojas Belém, ACP, ACIA e Faciapa. Além do boletim, foram apresentadas as Pesquisas de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) e Pesquisa de Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC).

O presidente do Sistema Fecomércio Pará, Sebastião Campos, iniciou fazendo uma saudação e agradecendo a presença de empresários, diretores da Fecomércio, Sesc e Senac Pará e ao público em geral, que lotou o auditório do Sesc Boulevard. Após a saudação do presidente da Fecomércio-PA, o presidente da Fapespa, Eduardo Costa, iniciou destacando a parceria entre as várias entidades responsáveis pelo Boletim do Comércio Varejista e Serviços do Pará.

“Eu diria que o estado do Pará estava precisando de uma maior aproximação entre as instituições. E as instituições são lideranças como vocês, Sebastião Campos, Alan Bittar, Miguel Sampaio, Joy Colares, que abrem as suas instituições para realizar parcerias. Isso permite um alcance de maior amplitude dos objetivos” – destacou o presidente da Fapespa. Posteriormente, a diretora da Fapespa, Geovana Pires, iniciou a apresentação do boletim abordando a queda no volume de vendas do comércio.

De acordo com Geovana, a queda nas vendas ultrapassou as expectativas. “Nós esperávamos uma queda em torno de 8% no máximo, porém, o comércio fechou com um queda de 13,1%. Também houve uma retração de 1,8% na receita do setor. De modo geral, apenas o estado de Roraima apresentou crescimento no volume de vendas, com 1,12%. O Pará ficou com o segundo pior desempenho no volume de vendas” – afirmou.

Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC)

Ao finalizar a apresentação do Boletim do Comércio Varejista e Serviços do Pará, a assessora econômica da Fecomércio-PA, Lúcia Cristina Lisboa, iniciou sua explanação sobre as pesquisas realizadas pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) em parceria com a Fecomércio-PA. Lúcia Cristina iniciou destacando a queda no número de consumidores endividados, em comparação de janeiro de 2016 com janeiro de 2017. De acordo com a assessora, em 2016, cerca de 75,3% dos consumidores estavam endividados, em janeiro desse ano a taxa caiu para 45,4%. “Mesmo com o consumidor retraindo esse nível de endividamento, ainda assim ele não conseguiu arcar com os seus compromissos, pois, se de um lado temos queda na taxa de endividamento, por outro lado nós temos o aumento da inadimplência” – pontuou.

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor apontou ainda as principais formas de contrair dívidas pelos consumidores com renda acima de 10 salários mínimos, que são cartões de crédito, crédito pessoal, financiamento e carnês. Já os consumidores com renda inferior a 10 salários mínimos, utilizam mais cartão de crédito e carnê. “Podemos dizer que apesar da inflação ter ficado um pouco menor com relação a 2015, ainda assim, com a manutenção do crédito caro, taxa de juros elevada, alto nível de desemprego, tiveram influências sobre o consumo, provocando a diminuição dos níveis de endividamento” – afirmou.

Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF)

Para a assessora econômica da Fecomércio-PA, os indicadores de confiança dos consumidores apresentaram insatisfação e insegurança quanto a sua capacidade de consumo, perspectiva profissional e possibilidades de aumento na renda. A pesquisa aponta também que esses fatores impactaram diretamente a realização de vendas no comércio no ano de 2016. No que diz respeito ao acesso ao crédito, a pesquisa aponta que no início de 2016, 48% dos consumidores declararam dificuldades para acesso ao crédito. No final do mesmo ano, esse número passou para 80% dos consumidores.

“O resultado da Pesquisa de Intenção de Consumo nos primeiros dois meses de 2017 registrou aumento na avaliação mensal, embora ainda represente um índice de insatisfação e queda com relação a janeiro de 2016. A correlação positiva entre as vendas do varejo e as taxas de juros reais faz com que as perspectivas sejam mais favoráveis para o setor em 2017. Porém, os resultados desses dois meses ainda não refletiram modificações favoráveis em decorrência da redução da taxa Selic” – enfatizou.

Lúcia Cristina também ressaltou que o aumento no volume de vendas e na receita depende da velocidade da confiança das famílias, da recuperação do crédito, do mercado de trabalho e da confiança dos empresários, fatores que perpassam por melhoria nas medidas de política econômica a serem adotadas no cenário político e na efetivação das reformas em pauta no Congresso.

Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC)

O estudo realizado pela CNC, em parceria com a Fecomércio-PA, aponta que os empresários do comércio ainda estão cautelosos quanto à realização de novos aportes de investimentos no capital físico de seus negócios. “Ao longo do ano de 2016, o índice de confiança dos empresários quanto à situação econômica do Brasil, do setor e da própria empresa, apresentou índice insatisfatório em quase todos os meses do ano, com exceção dos meses de outubro, novembro e dezembro, cujo índice ficou levemente acima do limiar entre a satisfação e insatisfação, fato ligado as possíveis mudanças no cenário político e comando do País, que se refletiu em um estágio de expectativa do empresário quanto ao futuro da economia. Porém, na avaliação dos empresários (sem percepção de medidas de grande impacto e que pudessem modificar o quadro de decréscimos nas vendas, ampliação do emprego, melhorarias nas condições para as atividades econômicas e alteração do cenário de recessão na economia) o índice de confiança voltou a registrar grau de insatisfação que perdura até fevereiro de 2017” – disse a assessora econômica.

A pesquisa também identificou que, no curto prazo, ainda não se visualiza fatores que indiquem a retomada sustentada e em patamares elevados do crescimento das vendas do comércio. “Dado que as reformas não se concretizaram, o desemprego ainda permanece elevado, a massa salarial com baixo poder aquisitivo, o consumidor endividado, a inadimplência elevada, o crédito ainda caro e de difícil acesso, dificultam a retomada das vendas e a melhoria na perspectivas dos comerciantes – concluiu.

Texto: Adriano Abbade

Fotos: Veruscka Brizart

Galeria de imagens