Outubro é um mês importante para o comércio varejista. Além dos eventos relacionados ao Círio de Nazaré, que movimentam o comércio, o Dia das Crianças comemorado no dia 12 de outubro, está entre as quatro melhores datas do ano para as vendas do comércio. Mesmo em período de crise, a data aquece o comércio dos segmentos de brinquedos, eletrônicos, jogos e vídeos diversos, além de calçados, vestuários, itens de lazer, lanchonetes, etc.

Por outro lado, o fato de 49,9% da população já estar endividada e, portanto, tem dívidas a pagar por pelo menos mais cinco meses à frente (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor – Fecomércio-PA/CNC) e os juros elevados  para parcelamento, todo esse conjunto de fatores limitam os gastos, por isso, a maioria dos  consumidores pretendem gastar  em média R$103,00 com o presente do dias das crianças, dado que o preço médio do item brinquedo está em torno de R$102,83 (IPC-FAPESPA).

Nesse sentido, a perspectiva é que sejam injetados pelo menos R$115 milhões de reais na economia do estado. Entretanto, o Dia das Crianças em função de sua tradição, dos aspectos emotivos e afetivos e até do acesso à informação que o público infantil tem hoje as quais já influenciam na demanda e indica o que pretende adquirir, a data é um bom momento para geração de negócios. E impacta positivamente sobre as vendas, considerando que o Estado do Pará detém uma população infantil na faixa de 0 a 14 anos em torno de 2.247 milhões de crianças (IBGE-PNAD-2014), o que representa 27,8% do total da população, uma demanda significativa. Embora o baixo poder aquisitivo da população, refletido pela taxa de pobreza do Estado, em torno de 22,77% (IBGE/FAPESPA 2015), não possibilite que grande parte dessa população infantil tenha condições de ser presenteada.

A crise econômica atual também limita a magnitude que as vendas poderiam alcançar neste período. A Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF - Fecomércio-PA/CNC) indicou que as expectativas são de que 44% das famílias no mês de outubro pretendem comprar menos; 29,2% desejam comprar mais e 25,7% igual às compras realizadas no mesmo mês do ano passado. De todo modo, somando as expectativas positivas, pelo menos 54,9% das famílias, vai demandar compras maiores e/ou igual às realizadas em 2015, sendo, portanto, momento para que os empresários possam realizar ações para captar demanda e tentar recuperar parte das quedas no volume de vendas no comércio varejista, cujo desempenho de todos os segmentos até o mês de julho deste ano já chegam à queda de -11,7% (PMC-IBGE), comprovada pela pesquisa Fecomércio-PA/CNC, realizada no mês de setembro, a qual registrou que 76% da população este ano está comprando menos do que compravam em 2015.

Alerta aos Empresários

Para aproveitar a data e impulsionar as vendas do comércio, o empresário deve investir e adotar medidas relacionadas à promoções, liquidações, promover ações diferenciadas no atendimento, inovar na diversificação de produtos, facilitar o crédito, adotar eventos no interior da loja que atraiam as crianças, tais como brincadeiras, jogos, ou seja, dar maior visibilidade para o estabelecimento comercial.

Lúcia Cristina Lisboa / Assessora Econômica Fecomércio-PA